terça-feira, 29 de maio de 2007

Mitologia Grega




A civilização Grega formou-se por volta do ano 2000 a.C. e desenvolveu-se plenamente por volta do ano 700 a.C. Nessa data já existiam três colecções clássicas de mitos: a Teogonia, do poeta Hesíodo, e a Ilíada e a Odisseia, do poeta Homero.

A mitologia grega possui várias características específicas. Os deuses gregos assemelham-se exteriormente aos seres humanos e apresentam, ainda, sentimentos humanos.

A diferença em relação a outras religiões antigas, como o hinduísmo ou o judaísmo, consiste em não incluir revelações ou ensinamentos espirituais. Práticas e crenças também variavam amplamente, não havia uma instituição religiosa de governo, nem um código escrito, como um livro sagrado que revestisse esses mitos com uma estrutura formal. Os gregos acreditavam que os deuses tinham escolhido o monte Olimpo, numa região da Grécia chamada Tessália, como sua residência. No Olimpo, os deuses formavam uma sociedade organizada no que diz respeito a autoridade e poder, movimentavam-se com total liberdade e formavam três grupos que controlavam o universo conhecido: o céu ou firmamento, o mar e a terra.


Os doze deuses principais, conhecidos como Olímpicos, eram Zeus, Hera, Hefesto, Atena, Apolo, Ártemis, Ares, Afrodite, Héstia, Hermes, Deméter e Poséidon. A mitologia grega enfatizava o contraste entre as fraquezas dos seres humanos e as grandes e aterradoras forças da natureza.


O povo grego reconhecia que suas vidas dependiam completamente da vontade dos deuses. Em geral, as relações entre os humanos e os deuses eram amigáveis. Porém, os deuses aplicavam severos castigos aos mortais que revelassem conduta inaceitável, como orgulho complacente, ambição extrema ou prosperidade excessiva.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Certificação e validação de competências

Claro que me agradaria viver num mundo onde a literacia e o conhecimento fossem os pilares que sustentam a sociedade. Tudo isto seria maravilhoso se fosse real. No entanto, o que acontece nos tempos que correm é mais um “tapar o sol com a peneira” do que uma aposta valorativa na educação qualitativa, capaz de formar cidadãos para enfrentar as necessidades do mercado de trabalho.

Senão vejamos: cada vez mais se recorre ao método de certificação e validação de competências como meio de obter o 9.º ano de escolaridade e, mais recentemente, o 12º. A maioria dos formandos vê neste sistema uma forma fácil e rápida de obter a escolaridade para efeitos de currículo, com vista a evoluir profissionalmente. Nada contra. Acho muito bem que cada um tente, de acordo com os meios disponíveis, melhorar a sua condição. O que me preocupa são as reais competências que adquirem esses formandos para merecerem o desejado diploma em comparação com os conhecimentos que são exigidos àqueles que tem um percurso escolar normal. Não digo que não se esforcem, pois estou a falar com conhecimento de causa e sei o trabalho e empenho que alguns desses formandos despendem na busca do diploma que possivelmente lhes vai permitir melhorar a situação profissional. Também sei que ao longo da vida adquirimos competências que nenhuma escola é capaz de nos dar. E sei ainda que alguns desses formandos tem capacidades para obter o diploma e só o estão a adquirir desta forma porque, pelos mais diversos motivos e condicionalismos da vida, não o fizeram através do percurso normal.

Não estou a defender que só deve ter estes níveis de escolaridade quem seguiu um percurso escolar desde o 1.º ano de escolaridade até ao 9.º ou 12.º sem interrupções e que, quem não o fez, não deve ter outra oportunidade. Eu própria não o fiz assim. Estudei até aos 12 anos, completei o 6.º ano de escolaridade, que era o obrigatório nessa altura, e por falta de condições financeiras dos meus pais, vi-me obrigada a desistir do sonho de ser professora. Contudo, procurei outras oportunidades e aos 18 anos voltei a estudar, no ensino recorrente, conseguindo ao fim de 10 anos de estudo (do 7.º ao 12.º mais 4 na universidade) a profissão que tanto desejei e pela qual tão arduamente lutei.

As questões que me levam a esta reflexão são duas: em que se baseiam os objectivos e métodos das entidades capacitadas para a certificação de competências e o exemplo que está a emergir deste método.

Como já referi, é com conhecimento de causa que teço estas reflexões. Conheço o método de pelo menos três entidades que conferem o 9.º ou 12.º ano de escolaridade, através da certificação e validação de competências, e posso referir que a exigência varia imenso de uma para outra. Enquanto numa é exigido apenas um relato escrito superficial sobre a sua vida no processo de crvcc, outra exige o mesmo trabalho mas muito mais detalhado e comprovado ao mínimo detalhe. No final, os formandos obtêm a mesma certificação, apesar da diferença de trabalho e competências que lhes foram exigidas. Questiono ainda o acompanhamento que é dado aos formandos no sentido de realizarem aprendizagens efectivas e úteis para a sua formação.

Perante o cenário de aparente facilitismo com que este método dá equivalência aos referidos graus de escolaridade, que mensagem estaremos a passar aos adolescentes que frequentam a escola? Ora, possivelmente pensam que não vale a pena esforçar-se muito, que se não conseguirem passar de ano e completar a escolaridade obrigatória, quando atingirem os 18 anos terão a oportunidade de, em pouco tempo e fazendo poucas disciplinas, ter o seu diploma.

Acredito no empenho de todos os que neste momento estão a trabalhar no sentido de ver as suas competências validadas mas questiono, até que ponto este método vai resolver os problemas de educação e iliteracia do nosso país…

quarta-feira, 16 de maio de 2007

“A missanga, todas a vêem.

Ninguém nota o fio que,
em colar vistoso, vai compondo as missangas.

Também assim é a voz do poeta:
um fio de silêncio costurando o tempo.”

Mia Couto


O que somos e está oculto no fio das missangas por detrás daquilo que parecemos ser?

Será que nos conhecemos a nós próprios?
Será que nos damos a conhecer?
Talvez nos ocultemos num ser culturalmente aceite
e escondamos o que de melhor temos:

A nossa verdade!

sexta-feira, 11 de maio de 2007

O direito de não ler

“Têm que ler… ler é muito importante… esta obra é de leitura obrigatória…” Estas expressões fazem parte do quotidiano dos nossos estudantes. A todo o momento são confrontados com a obrigatoriedade enfadonha de ter que ler. No entanto, estas indicações acabam por ter um efeito contrário ao esperado pois, como já diz o velho provérbio da sabedoria popular “o fruto proibido é o mais apetecido”. Ora, se nos querem impingir algo, logicamente isso vai destruir o mistério da descoberta que se espera que os livros proporcionem. Logo, não nos vai apetecer ler.
“Ler porquê, se não me apetece?... A história é chata… Não percebo nada daquele livro… Quando tento ler dá-me logo sono…” desesperam os que são submetidos à tortura da leitura. Um leitor tem direitos e o primeiro deles é exactamente O Direito de Não Ler (Pennac, 2001).
Pois é sobre o direito de não gostar de ler que me proponho falar-vos. É um direito, como tal deve ser respeitado! O que gostava de partilhar convosco não é a importância de ler mas antes o prazer de ler, o prazer de viajar através dos livros (“os livros permitem ler o mundo!”), o prazer de nos apoderarmos das palavras e transformar os textos conforme aquilo que eles nos fazem sentir. Ah pois, como leitores temos também o direito de ler à nossa maneira!
Gostas de não ler? Então, jovem de qualquer idade mas com uma opinião para partilhar, lanço-te um desafio: vem dizer-me se gostas ou não de ler e quais os motivos da tua opção. Acredito que em conjunto podemos descobrir a magia das imagens e das palavras e… quem sabe talvez descobrir o prazer de ler!

Sugestão:
Espreitem o livro (ou pelo menos a contracapa) Como um Romance de Daniel Pennac.

Flores

Porque todos temos dias especiais....



quinta-feira, 10 de maio de 2007

Porque...

Porque a vida é uma
realidade filosófica!
E porque a filosofia é o espelho
da vida!

Porque o amor
não se explica, se dá
e se alimenta...

Porque...

"Existir é criar a nossa própria existência" (Sartre)

quarta-feira, 9 de maio de 2007

História da minha fuga das prisões de Veneza



Giacomo Girolamo Casanova




Giacomo Casanova foi um boémio do séc. XVIII, escritor e aventureiro italiano, que apaixonou mulheres, de quem se tornou amante, e homens de poder que exerciam mecenato proporcionando-lhe estudos, viagens e extravagâncias em troca da convivência com esta personalidade tão peculiar.



Corria o ano de 1755 quando Casanova, vivendo a sua normalidade de vida boémia, é preso, sob a acusação de levar uma vida dissoluta, de possuir livros proibidos e de fazer propaganda anti-religiosa, mas o próprio desconhece os motivos de tal sentença.
É levado para a cadeia dos “Chumbos”. Inicialmente pensa tratar-se de um equívoco e espera pacientemente pela sua libertação acompanhada de um pedido de desculpas. Tal não acontece e a sua preocupação aumenta com o passar dos dias. As condições em que sobrevive são desumanas. Por ser tido como uma pessoa de bem, Casanova recebe contudo um tratamento “especial” do guarda responsável pela cadeia dos Chumbos, que lhe possibilita alguma liberdade condicionada dentro da própria cadeia. Esses escassos momentos “à solta” permitem a Casanova reconhecer o território onde se encontra e angariar algum material que lhe virá a ser necessário na sua empresa de arquitectar uma fuga. Este é o fio condutor de uma história deliciosa repleta de peripécias fantásticas, das quais sobressai a inteligência e mestria de Casanova. É nítido o seu conhecimento dos grandes filósofos e pensadores que cita de cor. É sem dúvida, um homem de uma cultura imensa e que nada deixa a desejar à criatividade. A sua capacidade de persuasão permite que leve avante o seu plano, algumas vezes reformulado, por força das circunstâncias e concretizado com a ajuda de outros companheiros de prisão, que não conhece pessoalmente, mas com os quais envereda relacionamento através da boa vontade e ignorância do guarda da prisão que, com a sua genialidade ludibria facilmente.
É simplesmente deliciosa esta história verídica, contada pelo próprio autor, onde estabelece um diálogo cativante com o seu leitor, esclarecendo todas as suas decisões e pensamentos, para que não restem dúvidas sobre a sua inocência em todos os actos que comete. É impossível não ficar do seu lado, pois Casanova tem um poder quase mágico que encanta com a sua sabedoria capacidade oratória.
Vale a pena saborear cada momento desta história de loucura saudável na busca da felicidade perdida.

terça-feira, 8 de maio de 2007

O Mundo

Um dia fui pequenina.
O tempo passou e eu
Cresci
Mas...continuei pequenina
Tão pequenina que o Mundo
Parecia grande demais para mim.
Afinal,
Quando reflecti a imagem do Mundo
Nos espelhos da verdade, percebi.
Percebi que afinal, não era eu
Que estava errada.
Era o mundo que já não era
Pequenino na sua essência.
Que já não sorria como criança
E não pulava com saltinhos
Chaspiscados em dias de chuva.
Afinal,
O Mundo já não era como
Eu o imaginava!